quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

3.3 O lixo.

3.3 O lixo.
Os agentes químicos aplicados no solo podem ser agrotóxicos que em geral persistem no solo por longos períodos. Os detritos de animais podem poluir os cursos de água, quando tratados inadequadamente; os lixões da cidade por sua vez, têm sido destinados ao solo como os lixões a céu aberto ou na forma de “aterro sanitário”.
 Sobre os lixões, LEITE. A; MININNI-MEDINA, N. (2001), afirmam que:

   “Quando em lixões” a céu aberto a poluição do solo pode resultar em aspecto estético desagradável, maus odores, resultantes da decomposição dos resíduos; proliferação de insetos e roedores; transmissores de doenças; possibilidade de acesso de pessoas, podendo ocasionar doenças por contato direto; poluição da água subterrânea e superficial, por meio da infiltração de líquidos e carreamento de impurezas por escoamento superficial; possibilidade de queima dos resíduos com incômodos à população e causando a poluição do ar; além da desvalorização das áreas próximas aos lixões. (LEITE. A.; MININNI-MEDINA, N.  p. 228-229).

Muitas doenças poderiam ser evitadas se tivéssemos cuidados com o meio ambiente e com a nossa saúde, procurando consumir produtos naturais, evitando os artificiais, contribuindo assim para a diminuição do lixo doméstico, consumindo apenas o essencial, evitando assim o desperdício e a produção exagerada de lixo, pois a sujeira exposta no meio ambiente é responsável por boa parte dos problemas que enfrentamos. Se o ambiente estiver limpo, estaremos evitando a proliferação de doenças.
 A sociedade nas últimas décadas vem desenvolvendo práticas saudáveis de reciclagem de lixo, onde o lema é “lixo é luxo” transformam o lixo em novos produtos de boa qualidade, contribuindo com a preservação ambiental. No total, são produzidas cerca duzentos e vinte e oito mil toneladas de lixo por dia no Brasil. Desse total, 73% têm como destino final aterros sanitários (técnica de disposição do lixo que garante maior controle da poluição ambiental) ou aterros controlados (quando o lixo é coberto com uma camada de terra). Vinte e um por cento, ou seja, aproximadamente 48 mil toneladas, vão parar nos lixões a céu aberto. Quando não é tratado, o lixo expõe as pessoas a várias doenças (diarréia, amebíase, parasitose, entre outras) e contamina o ar, o solo, as águas e os lençóis freáticos. Ele pode também provocar enchentes, por causa da obstrução de rios e córregos pelo material jogado em locais inadequados. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as 13 maiores cidades do país são responsáveis por quase 32% de todo o lixo urbano, e cada brasileiro, nas cidades com mais de 200 mil habitantes, produz de 800 gramas a 1,2 quilos de lixo diariamente. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 1999, do IBGE, em 1998 os serviços de limpeza e coleta de lixo municipais atingiram 92,4% das residências urbanas do país.
 O art.225 encabeça as disposições sobre o meio ambiente:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Podes Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para futuras gerações. (CONSTITUIÇAO FEDERAL DO BRASIL, TITULO VIII, cap.VII)

Em relação à classificação o lixo pode ser classificado de acordo com sua natureza física, composição química, origem e riscos potenciais ao meio ambiente, entre outros fatores. A maior parte do lixo domiciliar no Brasil é composta de matéria orgânica. O lixo hospitalar produz quatro mil toneladas por dia é proporcionalmente pouco em relação ao total, mas 20% podem ser considerados patogênicos, tóxicos ou radioativos. Apenas 14% dos municípios brasileiros dão destino adequado ao lixo hospitalar, que deve ser incinerado, queimado em forno de microondas ou tratado em autoclave (esterilização por meio de vapores). Já a parte radioativa deve ser entregue à Comissão Nacional de Energia Nuclear. Na maioria dos municípios brasileiros, o lixo hospitalar não recebe tratamento específico e é misturado aos resíduos urbanos, o que coloca em risco as pessoas que vivem da coleta e reciclagem do lixo. As prefeituras que não separam o lixo hospitalar correm o risco de ser enquadradas na Lei de Crimes Ambientais.
Ultimamente tem crescido a preocupação com materiais tóxicos, que são produzidos com mais freqüência como: pilhas, baterias de telefone celular, pneus e catalisadores de automóveis, que, quando jogados fora, podem aumentar os problemas sanitários e de contaminação. A pilha, por exemplo, deixa vazar zinco e mercúrio, dois metais extremamente prejudiciais à saúde. Desde julho de 1999, uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) responsabiliza fabricantes e comerciantes pelo destino final desse tipo de produto, depois que forem descartados pelos usuários. Dos 2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais que oferecem riscos à saúde, menos de um terço (28%) recebe tratamento adequado, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre). A legislação brasileira sobre o controle de resíduos industriais tóxicos ainda é muito falha, o que facilita a multiplicação de depósitos clandestinos.
O governo federal implanta em 2001 a Política Nacional de Resíduos Sólidos, gerenciada pelo Conama, com o objetivo de administrar os resíduos de maneira sustentável. Isso pode ser feito pela redução do consumo e pela reciclagem de materiais. Nesse mesmo ano, projetos de gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos beneficiaram 114 prefeituras.
A partir da década de 1980, a reciclagem começa ser discutida no Brasil como mais uma forma de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Hoje, o país recicla 78% do alumínio e é líder mundial nesse tipo de reaproveitamento. Entre os materiais recicláveis, o alumínio é o mais valioso. Isso porque sua produção, a partir da bauxita, exige um gasto de energia elétrica elevadíssimo, e a reciclagem permite uma economia energética de 95%. Além disso, o reaproveitamento ajuda a preservar as jazidas de bauxita, previstas para durar, no máximo, 100 anos. Há outros ganhos ambientais. A poluição da água é reduzida em 97% na reciclagem, em comparação com a produção a partir da matéria-prima, e a atmosférica também cai.
A coleta seletiva se caracteriza pela separação dos vários tipos de resíduo, o que permite o reaproveitamento de alguns materiais, como papel, plástico, vidro e alumínio. Em 2002, dos 5.560 municípios brasileiros, 192 realizam a coleta seletiva, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, mas em muitos ela atinge uma parcela bem pequena do lixo produzido. Essa abordagem enfatiza o conceito de desenvolvimento sustentável, que liga o desenvolvimento econômico à preservação ambiental. Todavia, precisamos valorizar e incentivar o consumo de produtos reciclados, pois agindo assim, estamos favorecendo o meio ambiente.






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